quinta-feira, 28 de maio de 2009

Lembrete!

Parar de projetar coisas que não existem e não vão existir nunca! É sério. (:

sexta-feira, 8 de maio de 2009

É muito fácil reconhecer um leão em público: basta localizar o pavão do pedaço, que você chegou nele. Ele estará abrindo e fechando seu leque emplumado, com um ar teatral e levemente superior, hipnotizando a platéia e esperando condescendente por aplausos. Seus gestos são largos e suntuosos, sua fala tem pausas dramáticas e ele pronuncia várias vezes "eu", "me", "mim", "comigo" - um leão nunca deixa de anunciar que a idéia genial foi dele, e graças ao talento ímpar dele o projeto grandioso (dele) finalmente saiu. O mais insólito é que ninguém vai achá-lo pomposo ou antipático: ao contrário, todos continuarão magnetizados por tanta realeza natural. Pois o egocentrismo leonino não tem nada de mesquinho. O leão é até pródigo demais: um rei que paga banquetes, empresta o carro e dinheiro de olhos fechados e arranja colocação para todos seus conhecidos, só esperando dos agraciados o devido reconhecimento e devoção eterna. No coração do leão cabe todo mundo - o que lhe causa, às vezes, aborrecimentos inesperados. Sua majestade, com toda aquela pose, é um tremendo ingênuo, e vive na ilusão de que tal o mundo é uma extensão das virtudes leoninas, e seus contemporâneos são réplicas motorizadas dos cavaleiros da Távola Redonda. É aí que o leão quebra a cara. Mas nem assim abaixa a juba - ele é orgulhoso demais para ficar remoendo as mesquinharias do dia-a-dia, que encara como meros acidentes de percurso. Sua falta de objetividade é diretamente proporcional ao otimismo narcisista: todo leão está convencido de que o sol se levanta para ele, não por motivos astronômicos. Portanto, ame-o ou deixe-o. E se você se decidir pela primeira hipótese, ganhará uma fera em lealdade para o resto da vida. Porque, ao contrário do astro que rege este signo, o Sol, o leonino não brilha sozinho. Depende de alguém para conseguir irradiar luz - e isso ele reconhece. Sem um refletor que amplie e aperfeiçoe sua auto-imagem, ele não passará de um empoeirado e gasto leão de tapete.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Começou de súbito
A festa estava mesmo ótima
Ela procurava um príncipe
Ele procurava a próxima
Ele reparou nos óculos
Ela reparou nas vírgulas
Ele ofereceu-lhe um ácido
E ela achou aquilo o máximo
Os lábios se tocaram ásperos
Em beijos de tirar o fôlego
Tímidos, transaram trôpegos
E ávidos gozaram rápido
Ele procurava álibis
Ela flutuava lépida
Ele sucumbia ao pânico
E ela descansava lívida
O medo redigiu-se ínfimo
E ele percebeu a dádiva
Declarou-se dela o súdito (risca)
Desenhou-se a história trágica
Ele enfim dormiu apático
Na noite segredosa e cálida
Ela despertou-se tímida
Feita do desejo a vítima
Fugiu dali tão rápido
Caminhando passos tétricos
Amor em sua mente épico
Transformado em jogo cínico
Para ele uma transa típica
O amor em seu formato mínimo
O corpo se expressando clínico
Da triste solidão a rubrica

domingo, 3 de maio de 2009

e aos pouquinhos eu vou recriando o meu castelo, com as minhas fadas-madrinhas, meus reis e rainhas, minhas princesas, minhas batalhas épicas, meus príncipes e meus monstros. Dessa vez a única diferença é que eu fiz uma torre mais alta pro meu coração ficar.
desculpa Dani, nem teu piano conseguiu esse finde né?
mas calma, aos pouquinhos eu vou melhorando e as coisas se ajeitando.


beijos meu pianista.